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domingo, 7 de abril de 2013

MOENDO GENTE: A SITUAÇÃO DO TRABALHO NOS FRIGORÍFICOS


O frango é um legitimo representante da culinária nativa brasileira. Seu preço acessível já foi usado como simbolo de sucesso de políticas econômicas. O frango é hoje responsável por grande parte das exportações brasileiras. 
Só o Brasil produz 8,5 milhões de toneladas de frango por ano. Sendo que um 1/3 (um terço) da produção brasileira é exportada.
Em 2004. O Brasil foi líder como o maior exportador mundial de frango.
Tudo isso envolve por trás cerca de 3 000 000 (três milhões) de pessoas na produção, processamento e comercialização do frango no Brasil.
Antes de chegar ao alcance do consumidor em perfeitas condições de higiene e em inúmeros cortes especiais. O frango passa por um processo de industrialização extremamente cuidadoso planejado e controlado.
Mesmo assim, com todos os avanços das tecnologias de hoje. Ainda não se conseguiu inventar uma máquina ou robô mais eficiente do que as mãos humanas para o trabalho de desmonte dos frangos nas indústrias.
Em países desenvolvidos até existem fábricas totalmente automatizadas. Mas, elas não conseguem garantir perfeição e exatidão nas operações de desmembramento e desossa das aves por exemplo. Daí então, têm se a opção de usar a mão de obra dos grandes grupos multinacionais da área pelo Brasil, mesmo os demais países do terceiro mundo apresentam condições economicamente mais vantajosas como a mão de obra mais barata.

No Brasil, além do baixo custo, a produtividade da mão de obra, falam mais alto. Mas, tudo isso tem um preço alto para a saúde dos trabalhadores.


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Existem algumas condições para o trabalho em frigorífico. 
Você não pode por exemplo eliminar totalmente o frio. Não só o frio ambiente, como o frio da peça que a pessoa manipula. Você não pode eliminar determinados tipos de cortes, porque aquele é um processo de desossa do produto.
Mas, o que é mais grave é a questão da produtividade, do ato de repetições contínuas, de um trabalho que já se encontra em um ambiente inóspito. Com uma série de condições de trabalho ruins, aumentando esse ritmo com uma velocidade grande de produção. Então, o que se percebe é que aumenta o ritmo de produção, mas não se aumento o número de pessoas. E não existem pausas em que as pessoas possam parar e sair do ambiente de trabalho. Há uma resistência muita grande para essas empresas adotarem pausas.

As empresas podem produzir, podem serem lucrativas, mais isso não implica em querer lucrar unicamente as custas da saúde do trabalhador. 
As pessoas que trabalham em frigoríficos em geral aguentam muitos anos trabalhando nessa atividade.
Precisa de uma política muito forte de conscientização pela busca da prevenção junto aos trabalhadores principalmente em se tratando de lesões ocasionadas por esforços repetitivos que é uma doença que esta acarretando muitos trabalhadores lesionados - O que muitas vezes sobra pro trabalhador que tem que se apesentar por invalidez com um salário baixo.
Muitas vezes tem fatores biomecânicos no posto de trabalho que são muito importante. Por exemplo, o ritmo de desossa, se o ritmo de desossa esta muito intensa. Se as facas estão bem amoladas ou não, isso pode influenciar muito no esforço do trabalhador. Se a postura é uma postura confortável ou não. Se eles tem um lugar pra sentar, ou não.  O que não necessariamente o trabalhador precisa ficar sentado, mas que tenha um apoio para descanso.

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